Hoje decidi admitir algo que fazia e me envergonho e me arrependo imensamente, sim, eu praticava bullying na escola contra colegas de classe, porém não me justificando, mas analisando o que me fazia a pratica-lo percebi que era uma forma de auto defesa, pois por ser gordinha sempre tinha aqueles que tentavam me agredir, colocando apelidos e coisas assim, e como forma de desviar a atenção de mim, eu apelidava outros colegas mais tímidos.
Por isso que hoje quando ouço falar de bullying penso imediatamente no agressor, pois antes de ser ele é uma vítima, pois pode ter um complexo como eu tinha, pode sofrer violências em outros âmbitos de sua vida, tem uma conturbada vida doméstica, enfim, inúmeros fatores sociais que o levam a cometerem tais atos, portanto, é de extrema importância procurar saber a origem de tamanha agressividade, é crucial que o agressor não seja meramente punido por seus atos, sem que se busque a base deles.
Devemos lembrar que somos frutos de nossas relações, somos construções históricas que sofrem grandes influências e que portanto são raros os casos em que a violência é algo cognitivo, logo, tratar o indivíduo sem mexer em seu cotidiano será frustrante!
Além disso, devemos parar de trata-los como meros depósitos de informação, sem opinião, sem direito à voz, sem vontades, que só sabem contrariar os adultos e quebrar as regras (por que será?).
Claro que adolescentes não são anjinhos, santos, uns tem temperamentos fortes, se impõem das mais diversas formas (desafiando o adulto, depredando patrimônios alheios, etc.), porém não são cruéis por natureza (com exceção de casos cognitivos diagnosticados corretamente por profissionais capacitados para tanto), é preciso não puxar-lhes a rédea, mas mostrar-lhes outras direções...
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Foto tirada por Felipe Rodrigues |