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Imagem retirada do Google Imagens em 02/01/11 |
Karl Marx em um dos seus texto, que não me lembro agora qual, chama assim a religião, "O Ópio do Povo". Para quem não conhece, o ópio é um tipo de suco extraído de diversas espécies de papoula usado na medicina como analgésico, mas também no mercado negro como uma droga que causa dependência por ter efeitos alucionógenos. Ou seja, Marx e outros estudiosos, críticos e leigos, chamam a religião assim, por ela doutrinar os fiéis de forma que se contentem com a opressão praticada na relação capital x trabalho no século XIX e por dar a esperança de uma liberdade e felicidade transcendente do mundo real.
Marx viveu em uma época onde o homem chegou ao extremo de sua exploração, onde a escravidão era maquiada por salário insignificante, onde a vida era extremamente insalubre e a discrepância entre a riqueza e a miséria estava mais visível do que nunca, não que essa condição foi extinta, pelo contrário, analisando a atual conjuntura mundial, em pleno século XXI, o século da abundância e da tecnologia, temos pessoas morrendo de fome. Compreendo a análise de Marx, ao chamar a religião como ópio, partindo desse ponto de análise, realmente a religião, ou melhor, os seus dirigente, em sua maioria usam a fragilidade dos oprimidos para domestica-los e assim perpetuar a exploração do homem pelo homem, como sendo uma vontade divina.
Entretanto discordo completamente quando o mesmo autor defende a extinção de uma religião como a única forma de se alcançar a verdadeira felicidade, pois partindo de minha experiência como cristã protestante e de amigos que seguem outros tipos de religiões, a religião não se limita em promessas inalcansáveis neste mundo, como a promessa de uma vida eterna num paraíso nomeado diferentemente em cada denominação religiosa, mas sido uma explicação para fatos que a própria ciência, hoje tão avançada ainda não conseguem explicar, sido como uma refugio sim de um mundo onde o sofrimento não somente material, mas um sofrimento emocional não é consolado.
Não vejo o homem somente como um fruto de relações sociais, sim o que somos é uma resultante do que aprendemos em convívio, entretanto é a nossa subjetividade que nos faz selecionar os valores que aplicaremos em nossas vidas e o que descartaremos. Além disso, o homem tem por si só a necessidade de uma explicação sobre eventos que a ciência (mesmo avançada como é) ainda não explica, afinal, como pode um doente terminal, desenganado dos médicos se recuperar? Pois é, esses tipos de episódios são mais frequentes do que parecem e como se explicam? Sem contar que muitos médicos já reconhecem que a recuperação de um paciente religioso é muito mais rápida do que a de um paciente agnóstico ou ateu quando se tratando de uma mesmo caso clínico.
Para mim, que não sou uma estudiosa do assunto, o problema não está em seguir uma determinada religião, mas na forma com a qual ela é seguida. As pessoas precisam sim questionar sobre os significados dos textos sagrados que seguem, muitos são metafóricos, trazendo mensagem de um convívio fraterno e não explorador, as pessoas precisam sim ter um refúgio espiritual, porém este refúgio não deve ser usado como argumento para sua abstenção política...