Contradição ou teorização demais?
Nesse semestre na faculdade estamos vendo mais profundamente sobre a Questão Social e suas expressões. Essa nada mais é do que o resultado da desigualdade criada pelo atual sistema econômico no qual estamos inseridos, onde "Ser ou Ter é a verdadeira questão"*como posto segunda feira pelo Flavio, colega de sala recém transferido. Há certo tempo venho observando certos comportamentos, principalmente dentro da sala, de como é continuo a teorização dos problemas vividos pela sociedade, mas quando se chega a parte prática, sempre se arruma alguma desculpa. Como por exemplo, na luta travada pelos estudantes pela gratuidade do nosso curso, conforme já relatei há alguns dias. Muitas pessoas criticam ferrenhamente que o Movimento Estudantil não é mais o mesmo (o que é uma triste verdade), que só se discute, só se disputa poder e curral eleitoreiro, fazem todo um discurso baseados em Marx e nos marxistas, porém quando efetivamente ocorre uma organização, que consegue um destaque, um contato com a Reitoria, quando se é feita uma manifestação a fim de chamar outros estudantes pra luta de forma mais organizada e documentalmente fundamentada, os intelectuais desaparecem, ou quando vão, continuam a criticar somente as falhas, mas não dá uma sugestão de possível mudança. Mas uma das coisas que mais são cansativas, são os famosos reprodutores de leituras. Sei que é importante fundamentar seus argumentos em teorias de grandes autores, mas é nítido como ao invés de muitos se basearem na sua realidade e aí sim compararem com a realidade vivida pelo autor citado construir uma crítica, alguns (tidos como OS intelectuais) apenas explicam aquilo que leram e o pior, são legitimados por muitos dos docentes.
O que mais me chama atenção, é que criticamos tanto sobre atitudes que acabamos nos mesmos cometendo. Se é criticado por exemplo a homofobia, mas sempre se é feita piadas ou utilização termos como “viadinho”, “bixinha”, ou até mesmo “eu tenho um amigo gay que é super inteligente”, como se a sexualidade interferisse no caráter de alguém ou se ser homossexual fosse um xingamento. Briga-se contra a xenofobia, mas quando se tem algo muito colorido usa-se quase sempre a velha expressão “que baianada”, como se os baianos fossem ridículos. Querem respeito por todas as religiões, porém sempre caricaturam os padres como pedófilos e os evangélicos como fanáticos. Defende-se um comunismo, porém estudam não só pelo conhecimento em si, mas pelo diploma que lhe “garantirá um emprego melhor”.
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