terça-feira, 31 de agosto de 2010

Diariamente enlouquecendo...


É impressionante a fragilidade do ser humano, sua necessidade de aceitação faz com que se submeta às mais conflituosas situações, faz com que viva como os outros querem que seja e não como realmente é ... o que por sinal causa um sofrimento psíquico imenso.
Aliás, é esse sofrimento que leva muitas pessoas a loucura, mas o que é a loucura se não uma reação do inconsciente (que segundo Freud é a parte que se controla) aos bloqueios impostos desde a infância? O que é a loucura se não uma fuga desse hipócrita padrão de comportamento social? O que é a loucura se não a libertação de todos os desejos aprisionados por muito tempo?
Pode até parecer mania de perseguição, ou teoria da conspiração, mas vivendo numa época onde a Depressão, a Esquizofrenia e a Psicose são os males do século é difícil não relacionais tais enfermidades tão cruéis ao sistema econômico atual, já que você é aquilo que você tem, aliás o antigo ditado: “ diga-me com quem tu andas que eu te direis quem és” pode muito bem ser mudado para “ diga-me o que tu tens que eu te direi que és”.
Vivemos contra o tempo, já que o ritmo de vida, pelo menos a paulistana, é acordar de madrugada para pegar os transportes super lotados, ou ficarem horas parado no transito caótico, a fim de chegar no horário no serviço, depois de passar por esse estresse matinal, ainda se deve tolerar um dia inteiro de trabalho, com cobranças pesadas por produção, sendo que nas primeiras horas de trabalho você já produz o valor do seu salário, o restante do dia tem que trabalhar de graça, sim você trabalha em média 6 horas do seu dia completamente de graça (o que Marx chama de “Mais Valia”), fora as intrigas entre os próprios funcionários que são induzidos a viverem em constante competição, sim as campanhas motivacionais das empresas não são para motivar os funcionários, mas para gerar a competição entre eles, pois isso faz com que a produção aumente e evite que eles se unam em pró de uma causa que leve até a greve. Depois dessa jornada ou você prolonga-se em algum curso seja superior ou de especialização, ou novamente encara os transportes novamente lotados / horas de transito até chegar em casa. Em casa, você liga a televisão e vai assistir os jornais sensacionalistas que a única utilidade é desenvolver uma espécie de Síndrome do Pânico leve, pois passam tanta desgraça repetidamente que quem assiste diariamente não quer sair mais de casa.
Sem contar que além de toda essa rotina diária, você precisa estar de bem com a vida, tem que gostar das coisas que querem que você goste, tem que falar o que querem que você fale, tem que sempre ouvir o que querem te falar, vestir o que querem que vista, comprar o que querem que compre e ainda culpabilizam aqueles que não aceitam ou agüentam tais imposições e enlouquecem, querem calar aqueles que trazem a tona através de sua loucura, todo o fracasso de um sistema imposto. CHEGA! Cansei ...

domingo, 22 de agosto de 2010

Vida, morte e parentes!



Hoje fui a um velório de uma parente um tanto quanto distante pra mim. Trata-se da irmão da minha avó que faleceu ontem depois e tortuosos meses lutando contra várias enfermidades. Tal fato me fez refletir sobre nossas vidas e as pessoas que nelas estão inseridas (mesmo a contragosto nosso).

Durante a vida, nascemos, crescemos, procriamos (em alguns casos) e morremos. E apesar da morte ser a única certeza que temos nesse ciclo, nunca aceitamos ou mesmo nos preparamos pra tal evento, para os que perdem alguém muito querido, mesmo que já se é esperado de alguma forma, a dor é inexplicável. Mas fica a questão que me incomoda como saber quando a dor da perda é verdadeiramente do tamanho da demonstração ...

Sim, não foi o primeiro e provavelmente não será o último velório que eu vou, onde tem sempre umas figurinhas fazendo escândalos do tipo: se deitar por cima do defunto, ficar gritando que ama a pessoa, desmaiando e coisas do género ... não estou satirizando tais atitudes ... estou inquieta em saber se são sinceras mesmo, já que na maioria dos casos que vejo, os mais escandalosos são os que menos cuidaram da pessoa quando a mesma ainda estava viva, por tanto acredito que seja um pouco mais de remorso do que de dor pela separação.

Mas o pior são os comentários maldosos e falsos pós enterro. Sempre tem aqueles parentes que no velório abraçam os familiares do morto, falam pra terem força, que fizeram o que podiam por ele (não sendo isso sempre verdade), blá blá blá ... e assim que enterram a pessoa e todos deixam o cemitério começa os comentários: "aquilo era puro fingimento", " quando tava vivo ninguém ligava" entre outros ... Fora que todo mundo que morre virá santo, passa a ter um ótimo coração, ou não merecia a forma com a qual morreu, mesmo a pessoa sendo uma praga em vida ... fala sério!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Contradição ou teorização demais?

Nesse semestre na faculdade estamos vendo mais profundamente sobre a Questão Social e suas expressões. Essa nada mais é do que o resultado da desigualdade criada pelo atual sistema econômico no qual estamos inseridos, onde "Ser ou Ter é a verdadeira questão"*como posto segunda feira pelo Flavio, colega de sala recém transferido. Há certo tempo venho observando certos comportamentos, principalmente dentro da sala, de como é continuo a teorização dos problemas vividos pela sociedade, mas quando se chega a parte prática, sempre se arruma alguma desculpa. Como por exemplo, na luta travada pelos estudantes pela gratuidade do nosso curso, conforme já relatei há alguns dias. Muitas pessoas criticam ferrenhamente que o Movimento Estudantil não é mais o mesmo (o que é uma triste verdade), que só se discute, só se disputa poder e curral eleitoreiro, fazem todo um discurso baseados em Marx e nos marxistas, porém quando efetivamente ocorre uma organização, que consegue um destaque, um contato com a Reitoria, quando se é feita uma manifestação a fim de chamar outros estudantes pra luta de forma mais organizada e documentalmente fundamentada, os intelectuais desaparecem, ou quando vão, continuam a criticar somente as falhas, mas não dá uma sugestão de possível mudança. Mas uma das coisas que mais são cansativas, são os famosos reprodutores de leituras. Sei que é importante fundamentar seus argumentos em teorias de grandes autores, mas é nítido como ao invés de muitos se basearem na sua realidade e aí sim compararem com a realidade vivida pelo autor citado construir uma crítica, alguns (tidos como OS intelectuais) apenas explicam aquilo que leram e o pior, são legitimados por muitos dos docentes.
O que mais me chama atenção, é que criticamos tanto sobre atitudes que acabamos nos mesmos cometendo. Se é criticado por exemplo a homofobia, mas sempre se é feita piadas ou utilização termos como “viadinho”, “bixinha”, ou até mesmo “eu tenho um amigo gay que é super inteligente”, como se a sexualidade interferisse no caráter de alguém ou se ser homossexual fosse um xingamento. Briga-se contra a xenofobia, mas quando se tem algo muito colorido usa-se quase sempre a velha expressão “que baianada”, como se os baianos fossem ridículos. Querem respeito por todas as religiões, porém sempre caricaturam os padres como pedófilos e os evangélicos como fanáticos. Defende-se um comunismo, porém estudam não só pelo conhecimento em si, mas pelo diploma que lhe “garantirá um emprego melhor”.

sábado, 14 de agosto de 2010

Nas praças ... Nas Ruas ... Quem disse que Sumiu? Aqui está presente o Movimento Estudantil!!!


Essa semana, na faculdade, vivemos um momento histórico, pela primeira vez, em 1 ano e meio de curso eu vi renascer um movimento que até então eu só tinha lido ...

Sim, essa semana tive o privilegio de participar da Luta dos estudantes contra a mercantilização continua do ensino numa das maiores e ditas melhores universidade particular do país ...

Sim, ontem a noite, nós alunos do Serviço Social, nos unimos com os alunos da Geografia na luta contra a precarização do nossos cursos, que por serem pequenos e de pouca visibilidade e lucratividade, são sucateados de forma escancarada dentro da Pontifícia Universidade Católica ...

Saímos em Ato pela universidade em busca de apoio de estudantes de outros cursos, porém fomos satirizados por muitos que ouviam o apitaço ... claro, os satirizadores são nada menos que um bando de cabeça de gado que apenas segue os fluxo que o sistema lhe impor, e o pior, de forma consciente, já que tem todo o acesso a qualquer tipo de informação que queiram ...

Sim, sei que o Movimento Estudantil está enfraquecido, fraguimentado por intervenções partidárias e coisas afins, que existem muitos que vão às manifestações apenas para fazer número, mas toda a movimentação que presencie nesta semana, me deu um fio de esperança, pois durante a semana vi alguns alunos produzirem um documento para ser lido diante do Reitor, dos Padres e CIA, governantes da universidade, documento esse que foi feito com o cuidado de estar bem fundamentado nas Leis e sem prejudicar outros estudantes, mas sem a certeza que seria realmente lido, já que não estava na pauta do conselho que decide o futuro dos cursos ... E sim, o documento foi lido, o que já podemos considerar um grande avanço ...

São nesses momentos que podemos sim gritar:

Nas praças ... Nas Ruas ... Quem disse que Sumiu? Aqui está presente o Movimento Estudantil!!!


Pois por mais metralhado, fraguimentado, perseguido, estilizado que seja, o Movimento Estudantil continua VIVO!!!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CALI-SE

Segunda-feira estava assistindo ao meu programa predileto (CQC), quando foi dito por diversas vezes que não pode-se mais fazer piadas contra os políticos em rede pública (sendo que essa é a especialidade do programa), não se pode mais falar palavrão dentro dos estádios de futebol. Marcelo Tas disse uma coisa que me fez refletir muito.
Como estão controlando nossa vida nos últimos tempos, dizem onde podemos fumar (não que eu fume), "dizem como devemos educar nossos filhos" (palavras de Tas), dizem como devemos nos portar até nos momentos de diversão (como no caso do futebol), dizem o que devemos criticar, controlam nossas piadas. É, a censura continua, cada vez mais forte e sem ninguém perceber, vejamos o caso do Estadão que foi proibido de publicar qualquer coisa sobre o mensalão!!!
Uma coisa que me irrita profundamente é que nos debates políticos ocorridos nas grandes emissoras, os candidatos convidados são sempre os mais conhecidos, os que a mídia quer que ganhe, nunca vão todos os candidatos à presidência. E a tendência posta na mídia é sempre a polaridade PT X PSDB, como se os outros candidatos e partidos fossem apenas figurantes não deve ser ouvidos, ou melhor, não tem o que falar...