segunda-feira, 27 de junho de 2011

VIOLÊNCIA, MEDO E A MÍDIA


Medo, insegurança, desconfiança, solidão... Esses são alguns dos sentimentos que assolam o dia a dia de algumas pessoas nos últimos tempos. A grande maioria da população brasileira vive receosa de ser a próxima vitima nas mãos de “marginais covardes” que invadem seu mundo e lhe rouba a vida ou o que com tanto esforço (as vezes não muito) adquiriram. Quando BAUMAN questiona:
“Que computador foi danificado pelo sinistro ‘bug do milênio’? Quantas pessoas você conhece que foram vítimas dos ácaros de tapete? Quantos amigos seus morreram da doença da vaca louca? Quantos conhecidos ficaram doentes ou inválidos por causa de alimentos genericamente modificados? Qual de seus vizinhos e conhecidos foi atacado e mutilado pelas traiçoeiras e sinistras pessoas em busca de asilo? (BAUMAN, 2008: 17)
Fica uma incógnita, por que então, se não temos experiências particulares com relação ao que tememos, a tememos tanto? Como é que esses medos invadem nosso particular e chega a nos imobilizar muitas vezes?
            A utilização do aparelho ideológico como forma de disseminar a manifestações da violência e de imbuir nos cidadão a ideia de defesa à qualquer preço, se manifesta de forma clara através da mídia.
            A televisão, o rádio e o jornal, são meios de comunicação que são de fácil aceitação pela população, e veiculam de maneira indiscriminada, se utilizando destas notícias para beneficiar ainda mais a ordem vigente do capital. Com a proliferação do medo das ações violentas a indústria da segurança aumenta o aparato.
Um tema tão complexo e ao mesmo tempo delicado como a violência vem tomando cada vez mais espaços em discussões, seja nas academias, na mídia e em simples rodas de conversas. Entretanto este tema gera inúmeras polêmicas em qualquer espaço onde é discutido.
A violência urbana, contra o patrimônio e contra à vida ganha um maior destaque nos debates, em especial na mídia a qual muitas vezes o explora em busca excessiva por audiência. Não precisamos fazer uma busca mais apurada para percebermos isso, basta ligarmos os televisores e contarmos o número de jornais que abordam o tema.
No artigo “MÍDIA E VIOLÊNCIA: O papel da imprensa na segurança pública” publica no site do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, SOUZA diz que a mídia ao se apropriar da violência, muitas vezes “espetaculaza-a”, dando enfoque a casos muitas vezes até isolados, tornando-os como corriqueiros, podendo até mesmo induzir às práticas de violência.
No mesmo artigo o autor também cita a mídia quando pontua alguns fatores responsáveis pelos atuais índices de violência.
“Apresentamos, a título de ilustração, uma síntese da complexa teia de fatores intervenientes no fenômeno da violência e criminalidade. Para tanto, usamos o modelo proposto pelo cientista francês Jean-Claude Chesnais, conceituado demógrafo e especialista em violência urbana. Ele traçou um estudo sobre a violência criminal no Brasil, apontando seis causas como fatores responsáveis pela atual situação: Fatores socioeconômicos: miséria, agravamento das desigualdades, herança da hiperinflação; Fatores institucionais: insuficiência e incompetência do Estado, crise do modelo familiar, recuo do poder da Igreja; Fatores culturais: problemas de integração racial e desordem moral; Demografia urbana: as gerações provenientes do período da explosão da taxa de natalidade no Brasil chegando à vida adulta sem muitas referências éticas; e o surgimento de metrópoles, sem a mínima infraestrutura, que receberem uma fortíssima migração nas últimas décadas; A mídia, com seu poder, que colabora para a apologia da violência. A globalização mundial, com a contestação da noção de fronteiras; e o crime organizado (narcotráfico, posse e uso de armas de fogo etc.). Acrescentaria outro fator, característico e específico das grandes cidades brasileiras. A organização do tráfico de drogas (disputas pela ampliação de espaço e poder, guerra entre gangues) e suas conexões com outras modalidades de crimes (contrabando, lavagem de dinheiro, corrupção de agentes públicos etc.)”. (SOUZA, 2008)
Esse mesmo artigo também cita algumas estatísticas a respeito de uma pesquisa realizada sobre a abordagem do tema violências em alguns dos maiores jornais veiculados. Foi percebido que houve uma redução nos números de espaços dedicados à temática, ficando a mesma na maioria dos casos como apenas notícias, sem um aprofundamento, uma contextualização.
“O espaço que os veículos analisados dedicaram a textos opinativos sobre estes temas foi muito reduzido: durante o período da pesquisa, houve pouquíssimos editoriais (1,4%), artigos (1,2%) e colunas (0,3%) sobre o tema. Mais de um quarto (27%) da cobertura é composta de pequenas notas informativas, sem qualquer tipo de contextualização".(SOUZA, 2008)
Não é preciso fazer uma pesquisa tão profunda quanto a citada pelo autor para se notar que mesmo quase quatro anos após a publicação deste artigo, o espaço reservado às noticias sobre violência continuam quase que os mesmos. Não se vê um aprofundamento, uma discussão pelo contrário, somente se coloca a reportagem, e em alguns casos se coloca também comentários de especialistas, porém somente de acordo com a repercussão destes. Caco Barcelos em rebate realizado na TV PUC com o tema Medo, em 1997 disse que a mídia deturpa muitas vezes o cotidiano se atendo apenas ao fato, ao crime efetivado e não ao que levou o indivíduo a chegar a vias de fato.

Bibliografia:

BAUMAN. Zygmunt. Medo Líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008

SOUZA, Robson Sávio Reis. MÍDIA E VIOLÊNCIA: O papel da imprensa na segurança pública. FORÚM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. 2008. Disponível em: <http://www2.forumseguranca.org.br/node/22146> acesso em 10/06/2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ando devagar por já tive pressa...


Nas últimas aulas de quinta feira a professora tem sugerido uma atividade que achei fantástica, cada aluno levar objetos, fotos e afins que recordasse sua história de vida. Cada aula é uma surpresa atrás da outra e paro para refletir de quão importante é sermos notados por alguém, saber que alguém se lembra de você, por mais banal que possa parecer, é de um significado incalculável.
É impressionante de como pessoas que você convive dia a dia seja na faculdade, seja no trabalho ou em qualquer âmbito da vida são donas de histórias que você já mais pode imaginar, histórias marcadas por altos e baixos financeiro e/ou emocionalmente, e que a correria do cotidiano nos faz simplesmente ignorá-las, vezes por falta realmente de tempo, vezes por falta de paciência, ou mesmo interesse, mas o que mais me impressiona é o fato de que muitos ignora a vida ao seu lado para se dedicar em cuidar da vida de famosos (nem sempre dignos do título de Artista).
O individualismo extremista ao qual chegamos, na busca por sua própria identidade, nos fez esquecer que além de indivíduos somos um coletivo, já que o ser humano só se constrói em quanto ser humano a partir das suas relações com outros seres humanos como diria meu digníssimo Karl Marx e companhia.
Hoje só conseguimos nos enxergar participantes de pequenos grupos, normalmente limitados ao núcleo familiar, ao “seleto”  circulo de amizades e os problemas que atingem pessoas de fora do mundo de cada um, não lhe diz respeito, afinal, por que será que a música “Cada um no seu Quadrado” fez tanto sucesso?
Se trocarmos um programa de TV, deixarmos de ver um filme, enfim, trocássemos um momento de solidão (claro que não necessariamente sempre, afinal precisamos de tempo com nós mesmos também) para ouvir com mais atenção o outro, apreenderíamos muito, principalmente o valor da vida, que apesar de seu prazo de validade ser desconhecido, não precisamos deixa-la passar, tentando descobri-lo, precisamos sim aprender que Deus deu a cada um de nós um livro, o Livro da Vida e a nos incumbiu de sermos os autores da história que nele deve conter...Precisamos aprender a ter menos pressa, a prestar mais atenção aos pequenos detalhes da vida para chorarmos menos e florirmos mais...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

É preciso sempre uma pausa no tempo para ver que ainda há vida para além da sua prórpia...




Quando a justificativa para não se atentar em pequenas belezas é a falta de tempo não adianta esperar pela felicidade futura... pois se não consegue desfrutar do presente que é hoje, dificilmente conseguirá desfrutar do amanhã...

domingo, 5 de junho de 2011

Louca!

Louca!
Assim sou chamada muitas vezes quando tento;
Mmesmo que inutilmente falar o que penso.

Não sou nenhum gênio, nem quero...
Não sou detentora da verdade...
Alías, se é que ela existe...

Não quero fama, troféus ou "prêmios nobeis",
Mas também me recuso o total anonimato socialmente imposto...
Não existe adjetivos para definir quão paradoxisal é o meu ser...
Então assim "hipérbolicamente" vou produzindo minha história...