terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Não Quero Nada!!!


Não quero nada
Já disse que não quero nada
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!

Não me apregoem sistemas completos
Não me enfileirem conquistas das ciências, das artes,
da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade?

Sou assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço
Quero ser sozinho
Já disse que sou sozinho!

Nada me dais, nada me tirais
Nada sois que eu me sinta
Deixem-me em paz!


Por Álvaro de Campos de Fernando Pessoa

sábado, 8 de janeiro de 2011

Assine e divulgue  petição para punir crime bárbaro e covarde contra cão no PR http://bit.ly/fWNtZF

Política pra ingles ver...

Hoje, 08 de janeiro de 2011,  uma reportagem publicada no site da Folhaonline relata que o Ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante (PT) pretende instalar no Brasil uma centro de prevenção de catástrofes, para evitar tantas mortes causadas pela chuva. Ou seja, o INEP (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) possui hoje um um dos melhores equipamentos de previsão do tempo do mundo, que custou cerca de R$50 milhões... Qual a ideia? Ah, quando estiver pra chover muito forte, tiramos os pobres das áreas de risco pra não morrerem e quando a chuva passar eles voltam para seus barracos. Simples não?

Afinal, um centro de prevenção de catástrofe é muito útil no Brasil, onde a maior catástrofe não é ambiental e sim a falta de uma política de habitação decente, afinal quem são as maiores vítimas dos deslizamentos? Com certeza é mais barato pro Estado pagar milhões em um centro do que retirar as famílias das regiões de risco e coloca-las em habitações seguras e decentes...

É, definitivamente, a política pra inglês ver já começou no governo Dilma!!!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Apenas um desabafo...

Aquele que nunca teve vontade de mandar tudo pro espaço, pros quintos dos infernos, pra PQP, etc ... que atire a primeira pedra...
Tem dias, semanas, meses que a única vontade que se tem é de ter uma bomba pra explodir tudo, explodir a hipocrisia, a falsidade, os invejosos, os mal educados e por aí vai...
Eu ainda não consigo compreender como pode pessoas que enchem a boca pra pregar sobre Deus e ao mesmo tempo se sentem no direito de amaldiçoar os outros? Pessoas que pregam um moralismo arcaico, quando em sua vida particular pratica coisas que até o capeta duvida...
Pior ainda, pessoas que se dizem suas amigas, fazem tudo pra te magoar, competem com você e ainda dão uma de preocupadas com seu semblante cabisbaixo...
Sem contar nos egocêntricos que acham que todos os problemas do mundo são os seus, e que é um super herói por suporta-los e está nem ai pros problemas dos demais ... como odeio o egoísmo...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Shopping da Lapa alagado ...

Ontem por volta das 18h30 começou uma chuva forte na região oeste da capital paulista, estavamos no Shopping da Lapa conversando, quando nos demos conta que o shopping estava alagado, muito sinistro, principalmente porque não estava alagado só no térreo... 

Logo imaginamos como deveria estar a rua, já que por mais que tivesse comportas o shopping alagou.
Ironico é que justamente no mes em que os paulistanos mais sofrem com as enchetes, ficando ilhados durante horas dentro de onibus lotados, o dignissimo prefeito Gilberto Kassab aumenta para R$3,00 o valor da passagem. É um absurdo pagarmo esse valor por um transporte onde parecemos verdadeiras cabeças de gados e ainda paradas em meio a uma cidade completamente alagada...





domingo, 2 de janeiro de 2011

Ópio do povo .... meu ópio

Imagem retirada do Google Imagens em 02/01/11
Karl Marx em um dos seus texto, que não me lembro agora qual,  chama assim a religião, "O Ópio do Povo". Para quem não conhece, o ópio é um tipo de suco extraído de diversas espécies de papoula usado na medicina como analgésico, mas também no mercado negro como uma droga que causa dependência por ter efeitos alucionógenos. Ou seja, Marx e outros estudiosos, críticos e leigos, chamam a religião assim, por ela doutrinar os fiéis de forma que se contentem com a opressão praticada na relação capital x trabalho no século XIX e por dar a esperança de uma liberdade e felicidade transcendente do mundo real.
Marx viveu em uma época onde o homem chegou ao extremo de sua exploração, onde a escravidão era maquiada por salário insignificante, onde a vida era extremamente insalubre e a discrepância entre a riqueza e a miséria estava mais visível do que nunca, não que essa condição foi extinta, pelo contrário, analisando a atual conjuntura mundial, em pleno século XXI, o século da abundância e da tecnologia, temos pessoas morrendo de fome. Compreendo a análise de Marx, ao chamar a religião como ópio, partindo desse ponto de análise, realmente a religião, ou melhor, os seus dirigente, em sua maioria usam a  fragilidade dos oprimidos para domestica-los e assim perpetuar a exploração do homem pelo homem, como sendo uma vontade divina.
Entretanto discordo completamente quando o mesmo autor defende a extinção de uma religião como a única forma de se alcançar a verdadeira felicidade, pois partindo de minha experiência como cristã protestante e de amigos que seguem outros tipos de religiões, a religião não se limita em promessas inalcansáveis neste mundo, como a promessa de uma vida eterna num paraíso nomeado diferentemente em cada denominação religiosa, mas sido uma explicação para fatos que a própria ciência, hoje tão avançada ainda não conseguem explicar, sido como uma refugio sim de um mundo onde o sofrimento não somente material, mas um sofrimento emocional não é consolado.
Não vejo o homem somente como um fruto de relações sociais, sim o que somos é uma resultante do que aprendemos em convívio, entretanto é a nossa subjetividade que nos faz selecionar os valores que aplicaremos em nossas vidas e o que descartaremos. Além disso, o homem tem por si só a necessidade de uma explicação sobre eventos que a ciência (mesmo avançada como é) ainda não explica, afinal, como pode um doente terminal, desenganado dos médicos se recuperar? Pois é, esses tipos de episódios são mais frequentes do que parecem e como se explicam? Sem contar que muitos médicos já reconhecem que a recuperação de um paciente religioso é muito mais rápida do que a de um paciente agnóstico ou ateu quando se tratando de uma mesmo caso clínico.
Para mim, que não sou uma estudiosa do assunto, o problema não está em seguir uma determinada religião, mas na forma com a qual ela é seguida. As pessoas precisam sim questionar sobre os significados dos textos sagrados que seguem, muitos são metafóricos, trazendo mensagem de um convívio fraterno e não explorador, as pessoas precisam sim ter um refúgio espiritual, porém este refúgio não deve ser usado como argumento para sua abstenção política...